A Diretoria da Sociedade dos Técnicos Universitários do DAER realizou reunião com o diretor-geral do DAER, Eng. Luciano Faustino, na manhã de sexta-feira (19). Inicialmente, os dirigentes manifestaram sua surpresa e inconformidade com o anúncio da reestruturação da autarquia, uma vez que se sabia da existência de uma comissão designada para apresentar estudos e sugestões a partir do levantamento feito pela Consultoria contratada para essa análise.
O presidente da SUDAER, Eng. Paulo Ricardo Campos Velho, estranha que “a ‘pseudo-reestruturação’ apresentada se limitou a reduzir o número de Superintendências Regionais (SRs). ” Ou seja, o Governo do Estado e a Secretaria de Logística e Transportes (Selt) não apresentaram informações a respeito do modo de operação, gestão de contratos, readequação do quadro de pessoal, novo organograma das SRs e da sede, redistribuição da malha, contratação de servidores para as novas funções, desenvolvimento de sistemas, adequação de contratos, recursos orçamentários e financeiros, além de outros pontos necessários em um processo complexo de mudanças como esse.
“O DAER permanecerá fazendo as coisas do mesmo modo, com menos pessoas, com menor estrutura. Isto certamente acarretará prejuízos aos serviços executados, com graves danos à imagem da autarquia e de seus servidores”, comenta Paulo Ricardo. Complementando, a vice-presidente, Eng. Janete Colombo, diz que tem “uma grande preocupação com a qualidade dos serviços que serão prestados, tendo em vista o aporte de recursos ao departamento e a falta de pessoal.”
Luciano Faustino afirmou que a repercussão da reestruturação foi positiva, especialmente em função da economia gerada aos cofres públicos e que entente que assim o Governo do Estado quer fortalecer o DAER e valorizar seus servidores. Mas a diretoria da SUDAER contrapôs argumentando que a economia gerada parece ser uma falácia, pois não considerou os custos que se elevarão devido ao aumento e maior distância dos deslocamentos e a contratação de serviços que hoje são executados pelos servidores. Além disso, também não foram levados em conta outras despesas como a vigilância das antigas sedes, transporte, ajudas de custo, entre outros fatores.
Também foi abordado o prazo informado pela Selt para a finalização de todo o processo de “reestruturação”: seis meses. A diretoria da SUDAER contesta fortemente essa previsão, que não parece ter sido embasada em um mínimo de planejamento, já que não foi apresentado um cronograma de atividades ou realizada consulta aos responsáveis pelas ações. “Esse prazo dificilmente será cumprido e deve trazer novo desgaste para o DAER, que será mais uma vez apontado como o responsável”, teme Paulo Ricardo.
Com relação às promoções (Letras), paralisadas desde 2013, o diretor-geral relatou que o processo está em andamento e que reforçou ao secretário Juvir Costella a necessidade de implementar esta medida para a realização de concurso público. A diretoria da SUDAER argumentou que para a restruturação ter o sucesso que o Governo do Estado apregoa é fundamental um novo concurso para reposição das centenas de servidores aposentados nos últimos anos. “A necessidade de pessoal qualificado, tanto de nível médio quanto superior, para dar andamento e fiscalizar os contratos terceirizados, irá aumentar e o secretário Costella deve estar ciente disso”, reforça Paulo Ricardo. Segundo Faustino, o concurso público para contratação de novos servidores será encaminhado à Selt e ele acredita que o Governo do Estado irá autorizar, pois recentemente foram divulgados concursos em outros órgãos. “São necessários 68 novos servidores para que as SRs se organizem para a nova forma de atuação”, explica. A diretoria da SUDAER reiterou sua posição acerca desta necessidade tendo em vista as sucessivas contratações de servidores temporários. Portanto, os custos serão os mesmos, uma vez que os novos servidores substituiriam os temporários.
Reposição salarial
A diretoria da SUDAER reivindicou também a reposição das perdas inflacionárias dos servidores do DAER, que estão desde 2014, portanto há sete anos, sem qualquer reajuste. “Infelizmente, tivemos uma resposta evasiva do diretor-geral, informando que no atual governo nenhuma categoria foi contemplada e que seria difícil conseguirmos o reajuste nesse momento”, lamenta Paulo Ricardo.
Diante desta realidade, a diretoria da SUDAER decidiu encaminhar processo solicitando à reposição dos últimos sete anos.
Participaram da reunião: Presidente da Sudaer, Eng. Paulo Ricardo Campos Velho, Vice-presidente da Sudaer, Eng. Janete Colombo, Tesoureiro da Sudaer, Eng. Luciano Dornelles, Eng. Carlos Alexandre Pinto Toniolo e o Diretor Geral do DAER, Eng. Luciano Faustino.